segunda-feira, abril 25, 2011

Ao meu melhor amigo de sempre e para sempre ♥

Ao princípio custava-me a tua presença, não te queria na minha casa por "roubares as atenções à tua companheira" e hoje eu percebo que foi a melhor coisa que se fez nestes últimos anos. Tirámos-te da tua vidinha amarga e nestes seis rápidos anos adoçámos-te com todo o carinho e amor do mundo. Tu não roubavas nada (excepto às vezes o jantar ou o almoço do lava-loiças), tu preenchias esta casa de alegria, de paz e de conforto. Eras tão pequenino e tão gigante ao mesmo tempo. E por isso fazes tanta falta. Custa-me tanto a tua ausência e só passaram efémeras horas desde que partiste. Faltas-me tu a pedir manteiga ao pequeno almoço, faltas-me tu à janela à minha espera e a rebolares-te ao sol fazendo todas as palhaçadas só para chamar a minha atenção. Falta-me o teu cheirinho tão limpo, a sensação de te dar beijinhos na tua barriguinha de algodão, nos teus bigodes… Faltas-me em cima da minha barriga quando eu estava deitada neste sofá carregado de marcas tuas, falta-me o meu companheiro a tempo integral de época de exames e de todas as outras épocas da minha vida. Faltas-me tu no meu puff amarelo que te deixava tão quente, o meu borralhinho. E vais faltar-me tu quando vier o Natal e não tiver que andar sempre atrás de ti para não roubares bolas da árvore ou laços dos presentes. Mais que tudo, falta-me o teu ronronar que me acalmaria em momentos como este em que estou lavada em lágrimas por não estares comigo. Porque se estivesses aqui estarias em cima deste computador e eu estaria a dizer 'Nequinho, por favor, deixa-me fazer isto'. Mas não estás. Partiste deste mundo ingrato deixando a tua presença no mais ínfimo cantinho. Vejo-te para onde quer que olhe, oiço o teu guizinho enérgico se fechar os olhos, mas quando os abro não estás lá. Não te posso tocar, não te posso abraçar, não te posso fazer de 'gatinho a pilhas', nada. Nada, nada, nada. Deixaste lembrança, grandes memórias e muita, muita saudade. Tanta que eu nunca pensei que fosse possível. A princípio não te queria, mas a vida ensinou-me a querer-te tanto, tanto que nem sei se algum dia vais ter noção disso. Amo-te para sempre, meu Pisco, meu príncipe, meu Tito Mantêgas, meu anjinho, meu tudo

Que Deus te dê a paz que não te deu no último mês,

Um dia voltaremos a ser felizes juntos, eu prometo-te.

terça-feira, junho 01, 2010

Ser Criança

Ser criança é achar que o mundo é feito de fantasias, sorrisos e brincadeiras.
Ser criança é comer algodão doce e se lambuzar.
Ser criança é acreditar num mundo cor de rosa, cheio de pipocas.
É ser inesquecivelmente feliz com muito pouco.
É tornar-se gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos.
Ser criança é fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles.
É conseguir perdoar muito mais facilmente do que brigar.
Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias.
Ser criança é estar de mãos dadas com a vida na melhor das intenções.
É acreditar no momento presente com tudo o que oferece, é aceitar o novo e desejar o máximo.
Ser criança é chorar sem saber porquê.
Ser criança é estar em constante estágio de aprendizagem, é querer buscar e descobrir verdades sem a armadura da dúvida.
Ser criança é olhar e não ver o perigo.
Ser criança é ter um riso franco esparramado no rosto, mesmo em dias de chuva, é adorar deitar na relva, ver figuras nas nuvens e criar histórias.
Ser criança é colar o nariz na vidraça e espreitar o dia lá fora.
É gostar da baunilha do gelado, do bolo de chocolate, de passar a ponta do dedo no merengue.
Ser criança é acreditar, esperar, confiar.
E é ter coragem de não ter medo.
Ser criança é querer ser feliz.
Ser criança é saber embrulhar desapontamentos e abrir caixinhas de surpresas.
Ser criança é sorrir e fazer sorrir.
Ser criança é ter sempre uma pergunta na ponta da língua e querer muito todas as respostas.
Ser criança é misturar gelado com televisão, computador com cheiro de flor, passarinho com pastilha elástica, lágrimas com sorrisos.
Ser criança é errar e não assumir o erro.
Ser criança é habitar no país da fantasia, viver rodeado de personagens imaginários, gostar de quem olha nos olhos e fala baixo.
Ser criança é pedir com os olhos.
Ser criança é gostar de sentar na janela e detestar a hora de ir para a cama.
Ser criança é cantar fora do tom e dar risadas se alguém corrige.
Ser criança é ser capaz de perdoar e anestesiar a dor com uma dose de sabedoria genuína e peculiar.
Ser criança é andar confiante por caminhos difíceis e desconhecidos na ânsia de desvendar mistérios.
Ser criança é acreditar que tudo é possível.
Ser criança é gostar da brincadeira, do sonho, do impossível.
Criança é saber nada e poder tudo.
Ser criança é detestar relógios e compromissos.
É ter pouca paciência e muita pressa.
E ser criança é, também, ser o adulto que nunca esqueceu a criança que foi um dia.
O adulto que consegue reencontrar-se com a criança que ainda vive no seu íntimo e mais precioso território.
Aquele pedaço que justifica todos os percalços e que dignifica todos os tropeços.
A ingenuidade restaurada no dia-a-dia e que o transforma em herói ao reler as histórias da sua própria vida, narradas pela criança que o abraça, nas entrelinhas de um tempo que permanece imutável porque é sagrado.

Autor Desconhecido

terça-feira, maio 25, 2010

Se me pudesses ver agora

Se me pudesses ver agora, ias perceber o mal que me fizeste sem sequer te teres apercebido disso. De certo, ias entender que todas as minhas palavras têm um sentido, que não dançam no vazio por acaso e que todos os meus gestos reflectem o medo de te perder, mesmo sem te ter tido algum dia. Se me pudesses ver agora, ias notar a minha vontade de te abraçar e guardar-te comigo. Tu fazes-me falta e hoje eu apercebi-me disso, talvez tarde demais. Se olhasses nos meus olhos ias ver reflectida uma vontade de te prender e não te deixar fugir de forma alguma, ias sentir as minhas mãos a agarrar nas tuas com força e a trazer-te até mim. Porque tu estás bem aqui, talvez não o saibas, eu própria não o sabia. Ou talvez te tenhas esquecido, talvez o tempo e a contra-corrente que eu causei te tenham feito esquecer. Se me pudesses ver agora ias convencer-te do quanto eu estou arrependida e do quanto eu desejava ser dona do tempo para nos levar para um dos inúmeros momentos em que te disse que não. Bastava um e eu mudava a história por completo. Se me pudesses ver agora, vias a surpresa de mim própria perante todo este sentimento, constatavas que no mais profundo que há de mim eu quis negar tudo e a todos este fervorzinho que tu causas ao passar. Porque é impossível, porque eu não quero e porque eu já disse ao destino que não. Sentias o pânico a escorrer-me em estado líquido pela alma e a impotência que faz sentir fraca e vã. Se eu te pudesse ver agora, se o verde dos meus olhos se cruzasse agora com o teu e emanasse um mar de esperança desse encontro, de certo que eu diria tudo o que a minha boca nunca quis deixar sair com medo de ter aquilo que hoje, talvez, se tenha perdido.

E tu, se me pudesses ver agora? Fazias alguma coisa ou permanecias nessa voz de homem calada por atitudes de criança?

quinta-feira, abril 22, 2010

:')

O mundo cai-te aos pés. As lágrimas rolam-te pelo rosto sem pedir licença, escondem-se atrás da força que fazes por manter sempre tua companheira e sofres. Em silêncio, um silêncio que possivelmente te ensurdece por dentro, te corrói e te consome, produto natural do sofrimento de quem perde parte de si. Eu admiro-te e tu sabes disso. Sabes que por mais que te doa, foi uma escolha por amor. Só não consigo perceber porque é que tem de ser assim. Um dia gostava de entender o jogo a que a vida nos propõe. Gostava de compreender porque é que nos testa desta forma, será tão difícil assim aprendermos sem nos estatelarmos no chão? Pelos vistos deve ser. De qualquer forma, continuo não encarar a perda de bom grado, julgo-a por ser falsa e traiçoeira e dura e feia e todos os adjectivos maus que podem definir um nome. Não consigo pensar de outra forma, porque não suporto ver a tristeza nos teus olhos, mói tudo o que está cá dentro, esmaga-me o peito e faz o meu coração ficar pequenino pequenino. Apetece-me dar-te a mão e não largá-la mais, consolar-te, mimar-te e abraçar-te com força. Gostava somente de te dar um bocadinho de mundo bom. E quero que saibas que por trás de todas as brincadeiras, das piadas, das verdades e das mentiras, por trás de todas as ilusões e realidades, certezas e dúvidas, não estás sozinho, nunca te esqueças disso. Eu estou contigo.

domingo, abril 18, 2010

Eu prometo.

Eu não sei explicar mas isto não está certo. Não devia ser permitido não poder mandar naquilo que me pertence, naquilo que é meu, na vida que é minha e de mais ninguém. Quando eu digo que não quero, as minhas palavras deviam ser respeitadas e a minha vontade sublimada. Mas não, parece que o destino gosta de brincar com as minhas ideias e baralhar tudo. Quando eu acho que estou a percorrer o caminho certo, ele dá sempre um empurrãozinho e lá vou eu de novo enfiar-me de cabeça em mais um problema que pode não o ser, mas que já se aparenta dessa forma. Porque o medo é um problema. O medo assusta-me, mete-me medo. Eu gosto de pensar que sou forte e decidida e corajosa e que albergo em mim todas as características de uma grande mulher, ou pelo menos, uma grande parte delas. Mas de facto, o medo torna-me frágil. E vulnerável. Talvez isso também faça parte do conceito de 'grande mulher' e aí não estou a fugir às minhas ideias. Se assim for, tenho a informar que continuo a não gostar do medo, porque tudo seria mais fácil se ele não existisse. Se o medo se varresse da minha alma e levasse com ele a razão muita coisa se teria resolvido na minha vida. Afinal, eu gosto de pensar que a vida é minha, independentemente de ter ou não a última palavra. Só sei que no topo deste metro e sessenta e picos há uma cabecinha baralhada por um coração mais baralhado ainda. Só gostava que os meus sentidos captassem um sinal milagroso que resolvesse esta desordem. Só queria que as palavras passassem a actos de uma vez por todas. Queria que este medo fosse apagado num só gesto. Ou em vários. Estás a vontade para decidir. Só tens que fazer acontecer, eu prometo que faço valer a pena.

quarta-feira, abril 07, 2010

eu sinto, e tu?

Eu só posso sentir saudade, nada mais. Não posso ansiar por reaver quando já não me faz falta para ser feliz. Não posso querer recuperar aquilo que já não me pertence, já não nos pertence. Só posso sentir saudade daquilo que fui naquela vida que para trás ficou. Não posso querer buscar aquilo que de mim já se perdeu e já foi reocupado. Não posso querer abraçar corpos que se negam, nem lembrar nomes que se perdem na memória. Não posso. Não posso e talvez nem quero, mas isso são outros vinte cinco tostões de história que os meus dedos não querem soltar. E posto isto, só sei que o tempo passa e, nesse entretanto, tudo leva e tudo traz. Mas a saudade, essa fica. Fica para me fazer lutar por aquilo que me faz feliz. E confesso, tenho saudades tuas ♥

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

NICKIE

O dia de hoje estava marcado na agenda como o dia da alta do avô, o dia bom da semana e o dia que resolvia uma série de problemas. E passando por cima de todos esses planos, o dia de hoje conseguiu apertar o meu coraçãozinho mais do que nunca, estrangular-me a garganta e sufocar num ápice. Podem achar-me tonta, não me importa! Só sei que hoje senti uma vida da minha vida a querer abandonar-me, a ter preguiça de reagir, a querer abrandar na luta e quase a dizer-me 'Adeus'. Eu não gosto da palavra 'Adeus' e todos sabem disso. E não és tu, o meu sonho de criança, que vais passar por cima disso. Um dia eu prometi-te que te ia proteger em tudo e eu não falho.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

é só deixar correr

Há muito que desejo escrever-te esta carta, como se uma força oculta fosse falando cada vez mais alto dentro do meu peito, uma voz muda que vai ganhando força e subindo até a garganta, tudo arranhando pelo caminho, inevitável e consistente, como o curso de um rio.
Quando o nosso amor nasceu, vi-o a correr muito depressa debaixo dos meus olhos e quis ir atrás dele. Perdi o meu tempo porque não percebi que era a única que o seguia. Não te vi parado, do outro lado da margem, que se ia cavando cada vez mais larga e funda, impotente ao caudal, assustado com a minha determinação, tu que só somas certezas depois de se dissiparem todas as dúvidas e preferes sempre não acreditar em ti e nos outros, até que o tempo e a sorte te vençam.
Somos o avesso um do outro. Quando dúvidas, páras, e eu sigo em frente. Quando tens medo, eu tenho vontade; quando sonhas, eu pego nos teus sonhos e torno-os realidade; quando te entristeces, fechas-te numa concha e eu choro para o mundo; quando não sabes o que queres, esperas e eu escolho; quando alguém te empurra, tu foges e eu deixo-me ir.

(…)

Estou cansada de sonhar, de esperar, de desejar, de te querer e não te ter, de nunca saber se pensas ou não em mim, se à noite adormeces com saudades no peito ou te deitas com outras mulheres. Depois de todas as palavras e de todas as esperas, fiquei sem armas e sem forças. Sobra-me apenas a certeza que nada ficou por fazer ou dizer, que os sonhos nunca se perderam, apenas se gastaram com a erosão do tempo e do silêncio.


(...)


Podias ter-me dito que ias sair da minha vida. Abria-te a porta e dizia-te adeus, como se faz a um velho amigo que vive noutro país e vem visitar-nos uma vez por ano. Dava-te um longo e quase triste abraço e pedia às estrelas que te protegessem ao longo de todas as viagens até ao fim da vida, como faço ainda hoje, quando falo com o céu da minha varanda, antes de adormecer no meu quarto imenso e azul. Faltou-me o abraço, mas as estrelas não saíram do lugar: conversamos sobre ti e elas dizem-me que estás bem.

Podias ter-me escrito uma carta, um e-mail, uma mensagem. Podias ter mandado um ramo de flores ou uma caixa de sementes com um cartão a dizer desculpa. Eu teria perdoado porque não há nada para perdoar. A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando acaba ou se transforma em amor, e eu sabia que a tua paixão não iria resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância.
Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir, e nós tivemos muita sorte porque vivemos todos esses tempos no modo certo.
E agora que o Inverno se instalou, espero pacientemente que as sementes resistam ao frio e encham o meu jardim de cores e de cheiros quando a Primavera chegar. Imagino que me escondo debaixo da terra com elas, são muitas e pequenas, mas guardam a essência da vida, e a felicidade é isto: plantar o que sentimos e esperar, deixar correr os dias até passarem semanas, e aguardar que estas se alinhem em meses, ser paciente, não cobrar nem desistir, seguir em frente e desejar o melhor do mundo àqueles que amamos.

Podias-me ter dito que querias conjugar o verbo desistir. Não sei como se diz desistir na tua língua nem quero aprender, porque na minha demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer sem travar as batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem.


(…)


Sei que também aprendeste muito comigo, mais do que imaginas e do que agora consegues alcançar. Só o tempo te vai dar tudo o que de mim guardaste, esse tempo que é uma caixa que se abre ao contrário: de um lado estás tu, e do outro estou eu, a ver-te sem te poder tocar, a abraçar-te todas as noites antes de adormeceres e a cada manhã que acordares.


(…) mas sabes uma coisa? Já não me importo, porque sempre soube que ia ser assim. Guardei-te no meu coração antes de partires.


(…)


É só deixar correr, como, afinal, tudo o que é verdadeiramente importante na vida.


Margarida Rebelo Pinto, in Vou-te Contar um Segredo

segunda-feira, novembro 23, 2009

loucos

É loucura. Doidice, insanidade ou qualquer outra coisa que lhe queiras chamar. Não é correcto, disso eu tenho certeza. Quer dizer, eu não sou ninguém para definir o que é certo ou deixa de ser, mas que não é normal, não é. Gostava só de entender o porquê, a razão, aquilo que te faz agir desta forma incerta, cheia de altos e baixos, com uma linha ténue a demarcar a transição. Tu tens que ter um motivo. A menos que sejas verdadeiramente louco, o que eu não quero crer. Sinceramente, acho que a tua loucura é por opção, porque é comum na nossa idade não pensar e viver sem o pé no chão, porque é bonito cometer loucuras por isto e por aquilo, porque fica bem no historial e ninguém nesta idade leva a mal. Mas, então, diz-me só porquê isto e porquê eu? Porque é que prendeste e não soltas de uma vez? Porque é que vais dando folga à corda e depois puxas com força, uma força que me faz rodopiar e ficar frente a frente contigo, olhos nos olhos, perdida em vontades e medos que eu quero apagar, mas que tu fazes por reacender? Porque é que alimentas um ciclo vicioso que eu já conheço de outras paragens e do qual, sinceramente, não guardo saudade?

Não entendo, não compreendo, não percebo.

Só gostava de saber porque eu própria me sinto louca de quando em vez quando tu não vês o que se passa à nossa frente. Ou vês e finges-te cego. Porque cego e louco é mais frágil e tua fragilidade dá frutos. E flores. E tem raízes, as quais eu desejava menos profundas.

sexta-feira, novembro 20, 2009

Se alguma vez tive algum tipo de dúvida, hoje tenho a certeza: eu não te percebo. De qualquer forma, acho que no dia em que isso acontecer vais perder todo o encanto. Pelo menos, o que resta.