segunda-feira, janeiro 28, 2008

Meu amor amigo.


É um querer-te com força, amarrar-te no peito;
É prender-te em mim, segurar-te de jeito;
É desejar-te num momento, carregado de eternidade;
Sentir-te numa história, na minha identidade.

É inspirar a tua pele, expirar o meu calor;
É tocar o teu rosto, degustar o teu sabor;
É largar a inocência, a pureza, a moral;
Encontrar-me contigo, meu bem imortal.

É sonhar-te em tudo, pretender-te sem noção;
É desapertar-me de mim, agarrar-te a mão;
É caminhar a teu lado, mesmo sem te ver;
Acordar de manhã e nem sempre te ter.

É jornadear por uma palavra, lutar por um olhar;
É desencadeá-lo assim, fugir e em ti pensar;
É percorrer-te de longe, querendo-te comigo;
É saber que é amor e chamar-te amigo.

domingo, janeiro 27, 2008

Poesia

(Sem motivo nenhum em especial, somente por ser o meu poema de eleição e por há cerca de cinco minutos o estar a recitar, sem perceber porquê.)

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Luís de Camões

quarta-feira, janeiro 23, 2008

V-I-D-A

Caminhamos dias e dias por uma estrada algo sinuosa e obscura. Uma estrada com poucos sinais e com pedrinhas de gravilha pelo meio. Chama-se vida e é por si só a caminhada mais difícil e mais proveitosa de sempre. Já olhámos as estrelas, captámos os raios do sol e encontrámos figurinhas nas nuvens. E imaginámos. E sonhámos. E fomos crianças. Pequenos seres que brincaram com carrinhos, com bonecas e jogos de corda. Pedaços de humanidade sorridentes por uma vida tão pura, tão frágil e forte na medida inabalável em que tudo é perfeito, tudo é mágico e feliz. E fazendo uma pausa na viagem, somente para descansar ideias, apercebemo-nos que apesar do atestado social de inexperiência que nos foi passado, somos pedaços de história. Pedaços da nossa história. Algo repleto de emoção, de momentos, de espontaneidade e de vivências. Podemos não ter descoberto nenhuma cura, nem ter espalhado nenhuma crença pelo mundo, mas acreditamos em algo mais importante que tudo. Acreditamos num acordar todas as manhãs e numa força de viver. Acreditamos ser capazes de respirar e de sair à rua para mais uma batalha. E viramos a esquina, encontramos um alguém novo, destapamos amizades quase perdidas ou descobrimos que quem estava ao nosso lado pode não estar lá amanhã. Entramos em sítios desconhecidos e lembramos com saudade lugares da memória. Atravessamos pontes e estradas e vales e vimos o mundo do outro lado, vimo-lo com outros olhos. Damos tudo por causas quase perdidas, aceitamos desafios, derrotamos e somos derrotados. E com o decorrer do tempo, aprendemos a viver com isso. Odiamos e amamos. Sorrimos, choramos e gargalhamos. Temos vontades e sonhos e faltas. Desejamos o possível e o impossível. É o tudo e o nada. É uma obra e graça feita de opostos que nos cedem força e garra para caminhar neste troço.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Desalinhada

É mesmo assim que eu me sinto: Desalinhada. Olho me ao espelho e vejo hoje uma carinha de menina frágil, perseguida por um vírus feio que me fez permanecer na cama nos últimos três dias. Costumam chamar-lhe gripe, simplesmente sei que veio na pior altura. Tentando remendar a história da minha vida e tapar buracos que não duram tapados, fiz descobertas que nunca pensei fazer. Descobri pessoas, atitudes e descobri que o amo mais que em qualquer outro momento da minha vida. Podia dizer que não, podia até dizer que o deixava para ela, mas não é isso que eu quero. Quero aquela pessoa para mim, não como ela era ou como provavelmente ainda é, mas como ela me jurou vir a ser. E eu acreditei. Talvez estupidamente, mas aquelas palavras foram tão diferentes de tantas histórias inventadas por aquela mentezinha simples durante dois anos. E eu não tenho porque não dizer que cri nas palavras dele, até porque cá dentro, entre mágoas e ódios e vontades, eu sempre soube que acreditava, sempre tive aquela esperança talvez ingénua, mas que me acompanha desde o dia em que o beijei pela primeira vez. E hoje estou eu aqui, tentando ser menina mulher sem vontade de passar o nível. Estou perdida nesta vidinha efémera, sem saber que linha enfiar na agulha para coser a minha história. Sem saber sequer por onde começar o alinhamento desta confusão. E isso está a deixar-me louca. Feliz por um lado, mas louca.



23052010 Será?

sexta-feira, janeiro 11, 2008

11012008

Hoje foi O DIA .

terça-feira, janeiro 01, 2008

Voltar ao paraíso :D

Cheguei hoje. Pus os pezinhos frios nesta casa que já não me sentia há cinco dias. Sentia saudades do beijinho dos pais e do carinho do meu avô, que hoje comemora 78 anos. E da minha avó, do sorriso dela... Porra, sentia falta de tanta coisa importante. Hoje eu cheguei e quando resgatei estas coisas tão minhas, senti que tinha deixado para trás uma liberdade e um sentimento de VIDA. Foram dias que valeram a pena, por tudo. Os desentendimentos, as escapadelas, as parvoices, os risos, as noites e os dias. ELES, acima de tudo.

O sitio, as pessoas e as vivências.

O livrar-me desta pele por momentos, o que soube bem.

O melhor fim de ano.