sábado, maio 09, 2009

1, 2, 3, vou nascer outra vez

Nunca escrevi para ti. Vivi anos e anos a dedicar todas as minhas palavras a alguém emocionalmente analfabeto, que nunca soube dar o devido valor a todas as letras que me saíam dos dedos. E hoje é a primeira vez que eu mudo o sujeito das minhas frases. Não guardo ódio nem rancor. Não tenho saudade sequer. Foi a história mais bonita de todos os tempos, a mais arrebatadora que alguém outrora vivera, mas foi a história onde eu coloquei um ponto final definitivo, sem mágoas nem tristezas, nem arrependimentos. Foi eterno enquanto durou, foi bonito enquanto existiu. Hoje a chama apagou e eu renasci das cinzas.
Dizem que quando a vida nos fecha uma porta, abre-nos uma janela e hoje eu sei que é a maior verdade. Só é necessário sermos suficientemente ágeis para atravessá-la. E tu és a minha janela aberta, és a minha esperança de aprender a viver de novo e voltar a abraçar a felicidade como em tempos o fiz. Tu és diferente, és tudo quanto de bom pode existir e isso deixa-me perdida nas tuas palavras carregadas de certezas. Não sei porquê nem porque não, mas o teu jeito fascina-me de uma forma inexplicavelmente louca, devolve-me aos meus quinze anos de menina inocente e faz-me querer-te como eu nunca pensei que pudesse ser possível. Tu deste-me a mão e arrancaste-me do fundo do poço e isso eu não vou esquecer nunca.