quarta-feira, abril 30, 2008

Game Over

Não sei. Não sei de ti, não sei de mim, não sei de nada. “Saber” não tem sido realmente o meu verbo. Dispersa em testes e trabalhinhos que reflectem sobre tudo menos na história da minha vida, eu acabo por esquecer-me dela, esquecer-me deste pedacinho de gente que sou. Mas agora chega! Parou, carreguei no STOP do telecomando que andava perdido por entre as almofadas desta rotina de nevoeiro denso que não me deixava ver-me. Olá, esta sou eu, prazer em conhecer-me. Sim, sou eu, eu novinha em folha. Aprendi a ser, a crescer, a encontrar aquilo que andava perdido nas estrelas. Aquilo que tu escondeste lá e não voltaste a buscar. Eu sei, eu perdi, não estou a reivindicar, porque eu não espero mais. Não há mais para alcançar. Há saturação, enfartamento e corrosão. Há tudo aquilo que houve, tudo aquilo que tu és, ou melhor, tudo aquilo que tu ainda me és. Esperança? Essa ficou presa debaixo do tapete que pisaste e repisaste, que sacudiste e meteste de novo no sitio, mas que agora não sairá dali. Não, porque eu não quero que saia. Era um jogo, era o nosso jogo e eu perdi. Fechei o tabuleiro, guardei os dados, vou largar este vício.

terça-feira, abril 29, 2008

Hoje? Vinte e nove - quatro - dois mil e oito

Entre trabalhos de casa e de grupo, testes e intermédios, desporto, amigos e família, eu tenho sido esquecida por mim mesma. Hoje, quando finalmente parei um pouco nesta correria da minha vida, em que tudo se embrulha e desembrulha num momento e amanhã está pior ainda, ou simplesmente, já não está, pensei no que eu fui, no que eu tenho sido. Mais que isso, no que eu sou e como eu estou. Hoje, eu cheguei a uma conclusão:
Perdi a esperança nele, ganhei-a em mim.
E quando a esperança morre, tudo o resto desfalece.
Quando não sei, mas não pode tardar.

quarta-feira, abril 02, 2008

Ela dizia: Ah, um soneto!

São palavras raras que me solta a boca,
Versos perdidos, na imensidão do fonema;
Fogem de mim, vagueando no ar de forma louca,
Caiem no papel, são o poema!

Seguem comigo neste sonho sem fim,
Mundo em que passas, repassas e roubas meu sustento,
Persegues-me, chama de amor acesa em mim,
E sais, deixando-me assim, largada no vento.

Letras vãs no teu ouvido sem coração,
São palavras tuas, meu amor, eu não minto,
És gente incerta, destróis o tempo nesta paixão…

E assim, dispersa num querer faminto,
Encontro-me contigo, ao dar-te a mão,
Ilusão? Não. É amor, isto que eu sinto!