Há dias em que somos apoderados por uma vontade descomunal de não fazer nada. Hoje é um desses dias. Tenho andado com o intuito de escrever aqui no blog há já algum tempo, mas as minhas crises crónicas de preguicite aguda estão a tornar-se complicadas. Mas aqui estou. Estou aqui para dar a conhecer algo muito importante ao mundo: EU ESTOU DE FÉRIAS. Depois de um mês de esforço mais que intensivo, a recompensa chegou e saí desta maratona com a consciência tranquilíssima por ter feito tudo o que estava ao meu alcance. E sim, estou bastante feliz com o resultado. Acabei o meu primeiro ano de faculdade sem deixar nada para trás e se perguntarem se gostei, eu vou gritar aos sete ventos “Eu não gostei, eu AMEI”. Antes de conhecer de perto este mundo, muita gente me tentava explicar o quão bom era, mas sinceramente sempre me assustou um bocado. Agora que falo deste tema com experiência na primeira pessoa, eu digo que é das melhores coisas que pode acontecer a alguém.
Neste último ano a minha vida mudou completamente, deu uma volta de 180º e descartei-me de muita coisa que já não me fazia falta. Em lugar disso adquiri novos pedacinhos de vida que se têm vindo a tornar indispensáveis a cada dia que passa. Foi um ano carregado de sorrisos, de gargalhadas, de parvoíces e momentos estupidamente alegres. Se tivemos zangas? Algumas. Às vezes as coisas correram menos bem e saíram da nossa boca palavras que não tinham qualquer razão de ser. Isto porque se criaram laços entre pessoas que nada tinham em comum umas com as outras a não ser o gosto por aquilo que fazemos. Num só lugar reuniram-se pessoas de todos os cantos de um país pequenino, misturaram-se vozes com diferentes pronúncias e corpos com diferentes histórias. Desta forma, fomo-nos completando aos poucos, fomos dando a cada dia que passava mais um pedacinho de nós e recebendo em troca pedacinhos dos outros. E assim, construímos uma nova vida. Uma vida com passado, presente e futuro.
Por todas as aulas que gozaram da nossa presença e ainda mais por aquelas em que nem lhes pusemos a vista em cima,
Por todas as manhãs em que a vontade de acordar era pouca, mas que um “Bom dia meninas” acompanhado por um sorriso do tamanho do mundo nos dava força para continuar a jornada diária,
Por todas as tardes em volta da mesa dos matrecos, pelas que ficámos a jogar a tão nossa sueca italiana e até por aquelas em que simplesmente ficámos sentados a falar do nada que era tudo,
Por todos os almoços, jantares e ceias em que rimos, sorrimos, gargalhámos, palhaçámos e divertimo-nos com tudo a que tínhamos direito,
Por todas as mensagens a altas horas da madrugada, pelas chamadas e pelas videochamadas, pelo ‘PIIII’ das conferências e pelas vezes em que se esgotou o tarifário,
Por todos os cafés, pelos cappuccinos, pelos pastéis e pelas empadas e até pelos batidos de morango instantâneos,
Mas principalmente,
Por nós, por aquilo que fomos, que somos e que seremos. Pela evolução, pelo crescimento e pelo sentimento.
Que seja o primeiro ano do resto da nossa vida!
